Depois de dezenas de ótimo trabalhos, Alfonso Cuarón retorna para dirigir um grande blockbuster, que felizmente acaba não sendo apenas mais uma grande produção de Hollywood.
O argumento do filme foi criado por Alfonso e Jonás Cuarón, até George Clooney pode dar algumas “dicas” no roteiro, mas seu nome não foi creditado. Como é de se esperar, o diretor conseguiu criar um filme linear, sem nenhuma ponta solta, ou qualquer adição pretensiosa.
O argumento do filme foi criado por Alfonso e Jonás Cuarón, até George Clooney pode dar algumas “dicas” no roteiro, mas seu nome não foi creditado. Como é de se esperar, o diretor conseguiu criar um filme linear, sem nenhuma ponta solta, ou qualquer adição pretensiosa.
Gravidade conta a história da primeira missão espacial da médica engenheira Ryan Stone (Sandra Bullock), ao lado do astronauta veterano Matt Kowalsky (George Clooney), que está em sua última missão, para finalmente retornar a terra. Tudo estava ocorrendo como planejado, até que um desastre deixa os dois astronautas sozinhos no espaço, sem nave e quase nenhuma esperança.
O enredo do filme em si já é fantástico, não é nada extremamente original, mas é algo que só alguém com a precisão de Cuarón e a tecnologia dos nossos dias poderia fazer se tornar realidade.

Durante todos os momentos do longa-metragem o diretor fez questão de nos colocar nos olhos da Ryan, assim como ela, nos somos novatos no espaço e também estamos na primeira viagem espacial, é a primeira missão para todos nós.
O jogo de câmera faz que os espectadores se sintam ainda mais dentro daquele universo, Cuarón usou muito o estilo “FPS” dos games, com várias cenas realizadas em primeira pessoa, colocando todos na perspectiva da astronauta novata.
No filme há praticamente apenas três atores, e isso é fantástico, já que nos deixa conhecer melhor cada um deles… de uma forma que não conheceríamos, se fosse um longa-metragem com 20 ou 30 atores.

Ryan Stone, a personagem interpretada por Sandra Bullock, é trabalhada de uma forma explendida, ao decorrer do filme nos importamos mais e mais com ela, como se houvesse um laço entre tela e espectador – e há! Apesar de Matt Kowalsky (Clooney) não permanecer durante todo o filme, ele colabora para que o começo e o fim do longa sejam fantásticos.
Ed Harris interpretou a “voz de comando”, que os auxilia na terra… é engraçado, pois isso foi uma brincadeira do próprio diretor, já que Harris havia trabalhado em outro filme de desastre espacial (Apollo 13 – Do Desastre ao Triunfo, 1995), praticamente no mesmo papel!
Durante todo o longa-metragem há a metáfora do renascimento; a personagem de Bullock perdeu a filha, e estava destruída, praticamente sem motivos para continuar com sua vida. Ao decorrer de todo o filme ela está renascendo, para respirar novamente! A cena mais icônica que todos pode perceber isso, é quando ela finalmente consegue chegar a nave russa… a personagem fica exatamente na mesma posição que um bebê no ventre de sua mãe.

É sensacional que isso não ocorre apenas em um momento, o longa-metragem inteiro desenvolve isso… até no fim do filme, quando ela finalmente consegue chegar a terra, e mesmo assim tem problemas para “renascer”, quando está quase se afogando “no ventre” do seu renascimento.
Alfonso Cuarón, Sandra Bullock e George Clooney fizeram um trabalho sensacional, sem dúvida Gravidade é um dos melhores filmes do ano… e seria uma verdadeira lástima ele não ganhar alguns prêmios cinematográficos!
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