Lançado no Brasil junto com o Super Nintendo em 1993, Super Mario World foi, junto com o SNES, o “brinquedo” favorito para tardes e mais tardes em um mundo encantador. O primeiro jogo do Mario para o SNES foi um enorme sucesso de crítica e público, definiu novos rumos para a aventura do encanador, além de apresentar um novo personagem: Yoshi.

Os difíceis anos 90
Super Mario World, na realidade, havia sido lançado no Japão em 1990. Mas no Brasil, seria apenas em 1993 que o jogo faria a sua chegada oficial, graças a uma parceria entre Nintendo, Estrela e Gradiente, nascia assim a Playtronic. Antes de 1992, era muito difícil ter um Super Nintendo por conta de uma lei protecionista que tornava ilegal importar consoles de videogame. Naquela época, havia a Lei de Reserva de Mercado, que impedia a importação de produtos de informática, dentre eles, videogames.
Isso dificultava a vinda do SNES para o Brasil, e tornava Mario e seus amigos, personagens obscuros em consoles clonados que rodavam cartuchos do Nintendo 8Bits. Apesar de já existirem esses clones do NES no Brasil, o console de 8 Bits só chegaria de forma oficial, por aqui, junto com seu irmão de 16bits, o Super Nintendo. Talvez por isso, muitas pessoas preferiram adquirir o novo console, e ao fazer isso também recebiam Super Mario World.
Graças a essa série de felizes e infelizes coincidências, Super Mario World foi o primeiro contato de muitos com um jogo do encanador. O marketing da Nintendo e Playtronic, para o Brasil, visava claramente difundir a figura de Mario. Veja um bom exemplo na propaganda acima.
Super Mario World (1990)
Para quem iria adquirir um SNES no Natal de 1993, a primeira impressão não poderia ser melhor. Super Mario World utilizava recursos inovadores para época como efeitos Mode 7 e salvamento do progresso do jogo graças a uma bateria interna.
De fato, não havia jogo mais perfeito para ser lançado junto com o Super Nintendo no Brasil. Super Mario Workd, além de uma obra brilhante, é um jogo extenso se comparado a outros concorrentes da época. Os games que acompanham os consoles concorrentes, como o Mega Drive, poderiam ser terminados em poucas horas. Enquanto Super Mario World literalmente levava as crianças da época para outro mundo, oferecendo 96 fases que podiam ser concluídas em em vários caminhos possíveis.

Super Mario World levou três anos para ser desenvolvido. A direção ficou a cargo de Takashi Tezuka com produção e supervisão de Shigeru Miyamoto. Miyamoto queria, desde o primeiro Super Mario Bros, um companheiro em forma de dinossauro para Mario. Contudo, a ideia foi protelada até o primeiro game do Super Nintendo, devido às limitações dos cartuchos do NES.
Super Mario World é um jogo de plataforma com gráficos e jogabilidade 2D. Um dos seus principais destaques, além da quantidade de fases, eram os segredos que o jogo guardava. Havia vários caminhos alternativos que levavam o jogador por diferentes conjuntos de fases, popularmente chamados na época de “mundos”. Outro diferencial era a quantidade de power-ups e suas variações que surgiam quando o Mario estava no Yoshi. Havia também Yoshis de outra cores com habilidades diferentes.
Na história de Super Mario World, Mario está em Dinossaur Land e após libertar Yoshi, ele descobre que a ilha foi invadida por Bowser (Rei Koopa) e seus filhos. Cabe então a Mario e Luigi, derrotar Bowser, destruindo os castelos que ele e seus filhos construíram, salvar a princesa e recuperar a Dinossaur Land.

Tinha início então, uma das melhores aventuras dos 16 bits. Mesmo antes de qualquer discussão sobre polêmica dos videogames, Super Mario World foi um jogo que uniu gerações de jogadores com idades diferentes. O jogo podia ser jogado por crianças de todas as idades e sua dificuldade para desbloquear todos os estágios, oferecia um desafio para adolescente e até adultos.
Há diversas curiosidades envolvendo Super Mario World. O jogo tinha versões diferentes dependendo da distribuição. Além de sutis mudanças visuais, havia também mudanças sutis na jogabilidade. Em Vanilla Secret 3, na versão japonesa, o Yoshi podia comer os golfinhos que surgem aos montes, enquanto na versão americana e europeia, isso era impossível.

Super Mario World 2: Yoshi’s Island (1995)
Lançado em 1995, ainda para Super Nintendo, Yoshi’s Island é um jogo reconhecido apenas no ocidente como sequência direta de Super Mario World. No Japão, o jogo recebera o nome de “Super Mario: Yoshi’s Island” e por lá, é reconhecido como sequência dos jogos do Yoshi.

Cabe então ao Yoshi verde resgatar o bebê Luigi enquanto carrega o chorão Mario. Além de colocar Yoshi como protagonista, Super Mario World 2: Yoshi’s Island possui várias mudanças em sua jogabilidade. Como personagem principal, Yoshi não pode ser mais dispensado em Super Mario World. Além disso, ele ganhou novos power-ups como a possibilidade de se transformar em veículos, o que mudava completamente as mecânicas das fases em Yoshi’s Island.
Ao jogador não era permitido deixar o bebê Mario sozinho. Como punição, além de perder a partida, o jogador tinha que ouvir o choro do bebê até conseguir resgatá-lo novamente. Isso se traduzia em agonia ao passar por alguns estágios como “Poochy Ain’t Stupid” e “The Impossible? Maze” onde a Nintendo mostrava toda sua genialidade em Level Design.
Em uma entrevista ao jornalista Steven Kent, Shigeru Miyamoto disse que queria um jogo onde Yoshi fosse o protagonista. Na mesma entrevista, ele revela que não gostava dos jogos do Yoshi anteriores como Yoshi’s Cookie, Yoshi’s Egg and Yoshi’s Safari.
Visualmente, Yoshi’s Island tem gráficos ainda mais infantis que Super Mario World. Por conta de sua temática visual, o jogo parece um desenho com giz de cera, algo bastante comum para crianças. Já próximo de atingir o limite técnico do SNES, a equipe que desenvolveu Super Mario World 2: Yoshi’s Island soltou a criatividade criando um dos jogos mais bonitos do Super Nintendo. O jogo era bastante colorido, tinha chefes de fases únicos como Sluggy e um gigante Bowser que, apesar do tamanho, ainda era um bebê.

Super Mario World 2: Yoshi’s Island foi igualmente bem recebido pela crítica e pelos jogadores. Apesar de mais linear que o primeiro, o jogo também oferecia um desafio extenso, com 60 fases no total.
O legado de Super Mario World
A Franquia Super Mario se ramificou em um número sem precedentes de jogos excelentes e com jogabilidade variada. Hoje em dia cada jogo captura elementos de jogos anteriores, tornando difícil definir quem é a sequência de quem. Tendo apenas uma sequência direta e outra cuja compartilha apenas o nome “World”.

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