Watch Dogs é provavelmente a maior vítima de hype dos últimos tempos. O título da Ubisoft traz muitas propostas interessantes; infelizmente, ele executa várias de suas ideias de maneira falha e fica devendo no polimento de diversas mecânicas.
Não há como negar, contudo, que o título foi um sucesso inacreditável em vendas. Logo, é mais do que certo que veremos uma continuação na franquia surgindo dentro de alguns anos. Mas, para conseguir tantas vendas em Watch Dogs 2, a empresa terá que se esforçar bastante – afinal, com tantas críticas, o público dificilmente vai se deixar levar tão facilmente pelo hype.
Isso, é claro, leva a uma pergunta inevitável: o que a Ubisoft vai ter que melhorar em Watch Dogs 2? Pensando em uma resposta para essa dúvida, fizemos a lista logo abaixo. Confira.
1- Por um multiplayer mais justo
Para começar com nossa lista, criticamos um dos aspectos que foram mais elogiados de Watch Dogs. O problema aqui não está nos modos de jogo, nem na jogabilidade do game em si, mas no fato de que não foram poucos aqueles que encontraram maneiras menos “esportivas” para evitar serem haqueados.
Casos assim não faltam: jogadores que se arremessam no mar ou vão até pontos vazios do mapa para que o invasor não tenha onde se esconder, por exemplo, estão entre os mais comuns. Há também aqueles que, perto de serem derrotados, simplesmente cortam a conexão de internet – ao menos a Ubisoft já está trabalhando para diminuir essa segunda situação.
2- “É como dirigir uma banheira sobre rodas”
Como na maioria dos jogos de mundo aberto, Watch Dogs depende consideravelmente da utilização de veículos para levar você de um ponto ao outro do mapa. Mas, como notamos em nossa análise, dirigir não é nem de longe agradável como em outros jogos do gênero, visto que os carros do game não são nada fáceis de controlar.
Basicamente, os veículos do game parecem se dividir em duas categorias: aqueles que são pesados demais para que você faça uma curva sem bater e aqueles que derrapam por uma quadra inteira antes de pararem (geralmente por terem batido em um poste no caminho) quando você tenta virar uma esquina. Inevitavelmente, você vai acabar se acidentando (e se frustrando) no processo.
3- Atirar dirigindo
Já que estamos falando da direção do game, vale notar outro dos pontos em que Watch Dogs foi duramente criticado quando Aiden estava atrás do volante – estamos falando, é claro, da limitação que o jogo nos traz de não permitir que você utilize armas de fogo dentro do carro.
Tudo bem que o vigilante não tem três mãos para segurar o volante enquanto faz hacks com o celular e mete bala nos inimigos, mas ao menos o jogo devia nos dar a possibilidade de alternar entre armas de fogo e o smartphone quando dentro de um veículo.
É claro que isso provavelmente não foi nenhum erro por parte da empresa e sim uma decisão de design (possivelmente feita pelo mesmo cara que achou uma boa ideia não permitir que Altaïr nadasse no primeiro AC), já que ela incentiva o jogador a usar apenas o smartphone e seu próprio veículo como arma. Mas, como dirigir está longe de ser uma boa experiência em Watch Dogs, é bom que a empresa insira uma opção para a utilização de armas de fogo.
4- Tão resistente quanto uma folha de papel
Você já passou pela situação de ser derrotado por uma única saraivada de tiros de um inimigo em Watch Dogs? Pois é, independente da dificuldade escolhida, parece que Aiden é tão resistente quanto um humano comum – o que não seria ruim se não estivéssemos falando de um game que coloca o jogador para enfrentar uma dezena de inimigos ao mesmo tempo.
Felizmente, esse é provavelmente o ponto mais fácil de corrigir no game, já que basta que eles aumentem em alguns pontos a vida de nosso protagonista (que talvez não seja Aiden em Watch Dogs 2, aliás).
5- “E para que serve o sistema de karma mesmo...?”
Quem jogou Watch Dogs por mais de alguns minutos provavelmente já se fez essa pergunta mais de uma vez. E a resposta, infelizmente, é: para nada.
Matar todas as pessoas no seu caminho tem tanto efeito sobre a história e a jogabilidade quanto impedir todos os crimes da cidade – e não vamos nem falar no fato de você poder roubar dinheiro de pessoas com doenças graves sem que isso afete seu karma em absoluto.
Aqui não pedimos nada demais. É só dar um efeito visível para a mecânica; qualquer uso que fosse já seria bem-vindo.
6- Incentivo ao hack
É curioso ver como um game que tem o uso de hacks como principal foco incentivar os jogadores a fazerem exatamente o oposto. Embora você possa seguir por boa parte das missões apenas saltando de câmera em câmera, utilizar esse método acaba sem render um ponto de experiência sequer (algo extremamente importante para comprar novas habilidades) para quem alcançou tal façanha.
Da mesma maneira, o jogador pode ainda se aproveitar dos aparatos que Aiden carrega ou de objetos haqueáveis do cenário para acabar com os inimigos, mas estes garantem apenas uma pontuação mínima por fazê-lo. Se quiser ser melhor premiado na aventura, o melhor acaba sendo derrotar todos os inimigos pelo caminho, seja nocauteando-os com golpes ou usando armas para matá-los; logo, para quê usar o celular de nosso vigilante?
Corrigir algo assim pode ser feito facilmente com a simples adição de mecânicas já presentes em vários jogos de stealth como Mark of the Ninja: é só garantir pontos extras caso você consiga entrar e sair da missão sem ser notado ou atacar alguém, por exemplo.
7- Mais variação, por favor?
É comum que um game sofra de certa dose de repetição, mas o caso de Watch Dogs acaba passando um bocado do limite. Praticamente todas as missões principais se resumem a uma mesma tarefa – invada um local cheio de guardas, hackeie um dispositivo, faça um mini game e ocasionalmente entre em uma perseguição de carros.
Agora vamos notar tudo o que listei acima: haquear para avançar nas fases não vale a pena; matar inimigos ou passar escondido por eles não faz a menor diferença; participar de uma perseguição de carros é quase uma punição. Tudo isso é constantemente colocado dentro das missões principais.
“Mas ao menos temos as missões secundárias”, você diz. O problema é que todas elas são, basicamente, partes separadas das missões principais – em uma, você apenas invade uma área; em outra, você deve entrar em mais uma perseguição de carros. Logo, não demora para que tudo isso canse muito rapidamente.
8- Tanto dinheiro e nada para fazer
Watch Dogs também parece sofrer do mesmo problema que seu “irmão”, Assassin’s Creed: dinheiro praticamente não tem importância aqui.
Isso porque boa parte de seu uso se resume a comprar armas de fogo e pegar carros com o aplicativo de Aiden. Ambos se tornam irrelevantes rapidamente, no entanto, quando equipamentos muito mais poderosos e novos veículos são liberados como prêmios por suas façanhas. Assim, pode ser uma boa ideia trazer novos gastos para seu dinheiro – que tal, por exemplo, ter a chance de adquirir uma bela mansão, como nos moldes de GTA V?
Tempo para pensar
Por fim, fica a grande pergunta: será que a Ubisoft vai melhorar o game em sua sequência? Visto que boa parte dos erros são “pequenos” em comparação à todo o resto de Watch Dogs, é bem provável que sim.
Além disso, ao que tudo indica, podemos esperar que veremos algo muito melhor surgindo, pois, como a própria companhia disse, ela quer “dar um tempo” para pensar no que fazer com o próximo título da série. E, da mesma maneira que vimos um salto de qualidade enorme entre Assassin’s Creed 1 e 2, é bem provável que ela consiga acertar na próxima tentativa – resta esperar para descobrir.
E você, o que mais acha que Watch Dogs tem a melhorar até a chegada de sua sequência? Deixe sua opinião nos comentários.
Fonte:BJ
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