quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Crítica: “Yu Yu Hakusho” está de volta do jeito que o autor merece

Se você passou pela fase de ouro dos animes na década de 1990, deve se lembrar de um certo estudante com um cabelo todo para trás que se tornou um detetive espiritual. Lançado no final da Era Manchete, Yusuke Urameshi e seus amigos de “Yu Yu Hakusho” marcaram uma geração com aventuras cheias de ação, personagens muito carismáticos e uma história bem mais envolvente que muitos cavaleiros com armadura da época. Alguns anos depois o anime teve uma nova chance no Brasil pelo Cartoon Network e a editora JBC lançou a versão mangá em 2002, meio-tanko. Agora, a JBC republica a obra de Yoshihiro Togashi com uma tradução revisada e papel melhor, tudo para conquistar um novo público (e a galerinha que se incomoda com as amareladas páginas da primeira versão).
O primeiro volume de “Yu Yu Hakusho” conta muito pouco do que você deveria esperar da série. Yusuke Urameshi é um encrenqueiro que evita a morte de uma criança, mas acaba indo ele mesmo para a terra do pé junto. Como sua morte não era esperada, lhe dão a alternativa de fazer o teste da ressurreição, e agora ele precisa mostrar que é uma boa pessoa. O primeiro volume é basicamente isso, com Yusuke conhecendo diversos casos sobrenaturais em companhia da guia espiritual Botan e interagindo à distância de seus colegas de escola, a certinha Keiko e o rival Kuwabara.
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Embora o mangá pareça uma comédia simples, será a partir do próximo volume que a coisa mudará de figura: Yusuke vai ressuscitar (nem é spoiler, vai!) e passará a trabalhar como detetive sobrenatural, cuidando de casos que envolvem muita porrada. Como todo clássico shonen, obviamente os clichês de treinamento e torneio de luta estão inclusos.
Mas a graça de “Yu Yu Hakusho” é que o mangá é menos acéfalo que seus conterrâneos da revista Shonen Jump, como “Os Cavaleiros do Zodíaco” ou “Dragon Ball”. Fã de RPGs, Togashi sempre cria poderes interessantes para seus personagens e limitações que tornam cada batalha praticamente uma partida de xadrez para os lutadores envolvidos, sem que isso fique chato para o leitor. O autor pôde usar esse seu lado de criação de histórias em uma série publicada posteriormente no Japão, a excelente “Hunter x Hunter” (publicada no Brasil também pela JBC).
A edição da JBC está muito boa, com um bom papel, uma capa linda (desculpa falar, mas as capas da primeira versão eram muito feias) e uma tradução revisada e sem os excessos de improviso. Mesmo assim, tudo ainda soa coloquial e não forçado, o que é bom. Cada volume tem uma média de 200 páginas em preto e branco (sem páginas coloridas, infelizmente) e custa R$ 14,90.

Fonte:PoP

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